sexta-feira, março 14

O UM e os ZEROS

Tanta agitaçao que por aí vai. Ou nao se tratasse do Glorioso.
Mas nós Benfiquistas, devemos fazer uma reflexao sobre o estado em que o nosso Clube se encontra.
Sem querer escamotear que estamos numa fase menos boa do nosso riquissimo historial, nao posso honestamente, alinhar no catastrofismo, que alguns Benfiquistas apregoam.
Já no final da sua brilhante carreira, Chalana (conhecem?), disse que o Benfica se estava a deixar ultrapassar pelo entao FCPorto, na questao de adoptar novos métodos, para se adaptar aos novos ventos que sopravam no futebol.
Ventos onde o capital era e é, rei e senhor.
Houve uma transferência que na altura poucos ligaram: Nélinho, extremo-direito, deixou o Benfica e foi para o Sp.Braga.
E ninguém ligou, niguém deu o devido relevo a este facto.
Era o dobrar dos sinos que ninguém escutou.
Estava pois, dado o mote.
Com a profissionalizaçao a tempo inteiro, do jogador de futebol, a situaçao começou a desagregar-se.
O que se passa, é que o jogador de futebol (o craque claro), já nao pensa em "arranjar emprego" finda a vida futebolística.
Quer ter uma situaçao desafogada, para arranjar um meio de subsistência.
Antes os clubes eram ricos e os jogadores pobres. Agora começou a ser o contrário.
E o Benfica, nao cuidou de acautelar esse aspecto, e encontrar fontes de rendimento.
Pior, começou a desbaratar dinheiro, desde contratos a comissoes obscenas.
Lembram-se de César Brito, que só porque marcou dois golos nas Antas que valeram um campeonato, fizeram-lhe um contrato milionário, e passou o resto do tempo no...banco?
E de um esquerdino (nao me recordo o nome infelizmente), que com um contrato ultra milionário jogou dois minutos na Madeira (entrou e foi expulso de seguida) e foi passar o resto do tempo na Equipa B?
Anda aí muita fortuna feita da noite para o dia à custa do Benfica.
De Clube para enriquecer, (nao era preciso correr, as camisolas e o "respeitinho" faziam o trabalho), passaram a considerá-lo como Clube para "dar o salto". Nem para enriquecer.
Embalados pela nossa história sem par, deixámos que o peso das camisolas influenciasse o rendimento próprio e dos adversários.
"Mal habituados", por Presidentes ímpares, que construiram um Clube Enorme, amparados por um Povo que rodeou o Clube duma Mística, que como um dia disse Bela Guttman, nao há em mais nenhum clube do Mundo.
E o nosso futebol acompanhou as nossa finanças. Era inevitável
Recuperaram-se as finanças, mas ataca-se quem o fêz, porquê? É que as más exibiçoes toda a gente as vê, e os jornais fazem o favor de lembrar isso e até empolar esse facto, mas a recuperaçao financeira essa nao se vê, nem se fala dela, porque nao convém.
Cresceram ervas daninhas à volta do Glorioso, porque quer queiram quer nao, o nome Benfica, é mágico, e quem se souber aproveitar...
E dá muitas mordomias.
Por isso chegámos a este estado de coisas. Amor e sofrimento de um lado (Povo) gula e avidez do outro.
E como dizia TRILUSSA, escritor de esquerda, amigo de Mussolini, nos seus tempos de socialista, o 1, só vale alguma coisa com zeros ao pé de si.
Foi exactamente isto que aconteceu com os Presidentes e Dirigentes que tivémos.
E todos somos culpados.
Há que agora, recuperar, mas para isso é necessária muita paciência e...Uniao.