segunda-feira, março 23

O PALADINO DO NADA

Ontem, por mero acidente, pressionei a tecla cinco do comando da TV e dei de caras com o paladino.
- Paladino?!?!
- Mas de quê?
- De nada!
- Sim, de nada!
Em hora e meia de um programa intelectualmente minorca, este "paladino do nada" estendeu-se num relambório rebuscado que chegou a enojar.
Já o tinha enviado mentalmente para os confins do Afeganistão, mas lá continua ele, teimoso como um “sempre em pé”, firme e hirto como uma barra de ferro!
Arenga o “paladino do nada” que é preciso trazer mais verdade ao futebol e refundá-lo.
Como?
Com meios técnicos de ponta, sofisticados, as tão proclamadas “novas tecnologias” e nova gente na sua gestão.
- Muito bem! – digo eu.
Então de que é que o “paladino do nada” está à espera?
Se não é nenhum aparelho de ponta, nenhum chip - e mesmo assim isto já daria para uma boa discussão - mas sim um elemento escrevinhador e mais recentemente palrador que “nada” no meio futebolístico há mais de trinta anos, agarre na “trouxa” e ponha-se a mexer!
Será sempre um grande e bom exemplo!
Quero ver quando, se ele próprio, agora, já está a mais!
Pode dedicar-se a uma causa nobre qualquer, e exemplarmente deixa de “mamar” na TV!
…Tanta conversa, tanto apelo a isto e àquilo…
Que se vá embora!
Ele sim, ele é uma das pessoas que está como excedente no contingente que diz que tem de ser refundado!
Mas não tem emenda. Sempre foi assim. Podia ter aprendido mais alguma coisinha com os antigos mestres já desaparecidos, de um jornal que foi uma referência no desporto e no futebol nacionais, mas não!
Depois tem um comportamento dualista de evidente parcialidade.
Quando o Glorioso é beneficiado, aqui d’el rei que não pode ser. Não se cala o tempo todo, reforçando, repisando e repetindo cada vez com mais enfâse essa “tremenda” injustiça, usando e abusando de termos carregados de emotividade, que até parece que está para cair o “Carmo e a Trindade”.
Quando são os outros, como o “grémio dos submissos”, o “grémio da fruta, corrupção & putedo”, ou o “grémio do arcebispado” o discurso é brando, mas não se esquecendo nunca de fazer as comparações com o Glorioso, achincalhando-o e rebaixando-o ainda mais.
Ontem teve a distinta “lata” de mostrar um quadro de títulos dos últimos vinte anos. Pois aí, sim! Aí é que devia ter tido um sério rebate de consciência e dizer que mais de dois terços das competições ganhas pelo grémio da “fruta, corrupção & putedo” foram conseguidas através da trapaça e dos trapaceiros, dos batoteiros e dos corruptos… e também com o seu silêncio cúmplice!
Depois tem o descaramento de aconselhar procedimentos aos dirigentes do Glorioso!
De conselheiros já chega o “conselheiro matrimonial” de última hora, grosseiramente fabricado “a martelo” e encaixado no álibi inventado por aquela pérfida mente fascizante e plenária do processo em causa.
E em “Palermo”? Quando o Proeza deu aquele show?
Será que nessa altura também aconselhou os capos corruptos a tomarem alguma iniciativa semelhante àquela que pediu às gentes do Glorioso?
Onde esteve o “paladino do nada” nos últimos trinta anos?
Onde esteve o “paladino do nada” quando foi necessário denunciar a corja corrupta e desmontar a sua tenebrosa teia e os seus sujos processos?
Onde esteve o “paladino do nada” quando foi descoberto o “tráfico de influências”, “a fruta”, “o cafézinho”, “o presentinho”, “o engenheiro-chefe”, “a obra”, “o café com leite”, “os chocolatinhos”, “as viagens ao Brasil”, “os quinhentinhos”, “os relógios de ouro”, “os avisos de dentro da Judite, para o já condenado em fuga”e a consequente “destruição de provas”?
Nada! Nem uma palha mexeu!
Quer falar em justiça e em verdade no futebol?
Comece por aí!
Mas há uma coisa que sempre lhe faltou – CORAGEM!
Este “paladino do nada” faz lembrar aquele sujeito que tem “queda” para tudo, mas não tem onde cair!
Espero bem que o Glorioso, através da sua direcção e do seu Presidente, o mantenha no sítio onde está – na fossa. Pois é o sítio onde ele luta para manter o pescoço de fora, mas já cheirando mal que tresanda!
Qual petição, qual quê!
Qual a estatura ética e moral deste “paladino do nada”?
Nunca assumiu nada. Frontalidade e destemor, nada!
Só petição.
Ora porra para a petição!

GRÃO VASCO