terça-feira, abril 14

NOTAS SOLTAS

Jornais, TV.s e Jornalistas


1. Dizer que o Benfica é enorme e desperta todas as paixões, afirmar que o Benfica é o pulsar do povo genuíno deste país, de países irmãos e da diáspora portuguesa espalhada pelo Mundo, são afirmações recorrentes, irrefutáveis.

Sublinhar que o Benfica é o ganha-pão dos jornais e televisões, é também de uma notoriedade incontroversa, um facto notório que, conquanto não precise de demonstração, é a todo o momento revivificado pela incontestabilidade da atenção que merece, da tinta e do papel que se consome e da verborreia que zumbe numa zurraria infinda que preenche emissões televisivas.


É um dado também incontroverso que o Benfica tem tantos ou mais adeptos em Portugal como Sporting e FC Porto juntos. Todavia, nos órgãos de comunicação social a relação é inversamente proporcional à representação e simpatia clubística. O Benfica tem muito menos representantes, opinadores ou meros jornalistas, do que qualquer daqueles, individualmente considerados.


As causas são diversas, segundo penso.


Os cordelinhos do jogo das influências espúrias não se ficaram pela mera conquista dos órgãos que dominam os votos, as arbitragens, os conselhos que têm por missão fazer justiça no futebol. Estenderam-se naturalmente ao campo comunicacional, igualmente decisivo para, essencialmente, minar esperanças, desalentar, esmorecer ânimos de pura exaltação Benfiquista, desestabilizar.


O sistema espúrio que domina o futebol português dos últimos 30 anos completa o serviço minando estruturas internas e externas. Afasta os Benfiquistas da comunicação social, deixando permanecer ou dando voz aos timoratos da defesa do seu clube, por mera complacência interesseira.

É um disfarce táctico e estratégico porque pode ser maior o impacto de timoratos defensores Benfiquistas, mais enleados nas defesas laudatórias das batoteiras virtudes do inimigo do que nas do clubismo que dizem professar. Às poucas e válidas excepções que ainda resistem, ou não se dá voz a condizer, ou abafam-se com o vozeirão ensurdecedor com que as circundam.


O domínio do informativo estendeu-se ainda à posse de grande parte dos canais televisivos transmissores da comunicação, em especial através de um pivot que começou por um aproveitamento usurário do estado de necessidade dos clubes de futebol à beira da bancarrota, em incestuosa promiscuidade com uma televisão paga com os dinheiros públicos, a qual preferiu enriquecer o intermediário à custa dos portugueses do que ajudar os clubes em que aqueles se associavam e que prestavam relevantes utilidades públicas, que só eles detinham o quase exclusivo da educação física e formação desportiva em Portugal.

À benemerência da televisão pública, com dinheiros alheios, seguiu-se mais tarde a complacência de uma autoridade reguladora que permitiu a concentração e a consequente criação de um oligopólio comunicacional num império poderoso e, ao que parece, com mais olhos que barriga.


Tendo todos estes serventuários do sistema um clube da sua estima, a verdade é que eles são e comportam-se fundamentalmente como anti Benfica e só depois deixam algum espaço para as loas ao que dizem ser o seu preferido.

Na maior parte do tempo de que dispõem, a sua voz e a sua escrita é dedicada a enxovalhar e apoucar o Benfica, nos momentos de alguma glória e euforia.

Foi assim, por exemplo, no último campeonato que ganhou. Para estes magarefes do sistema, o Benfica não ganhou com mérito mas com a ajuda dos árbitros, mesmo que um qualquer Olegário não tenha marcado um golo limpo cuja bola foi retirada bem de dentro da baliza pelo Vítor Baía, para além do penaltie que ficou por marcar no mesmo jogo e da consequente expulsão do jogador faltoso.

E o Benfica perdeu os três pontos, coisa que pouco interessou aos mandaretes!

No entanto, quando o Benfica está em dificuldades, está longe de incomodar os desígnios dos seus, é uma imensidão de conselheiros, todos a dar qual deles o melhor palpite, a conceber estratégias, a delinear tácticas, a pronunciar aconselhamentos, um exsudar de falaciosas bondades, um rorejar de presunçosas boas intenções.



2. Segundo dizem e escrevem várias personalidades do jornalismo, o dono do império da Olivedesportos não tinha qualquer qualificação para se tornar senhor de um império comunicacional como o que lhe entregaram de mão beijada. Para além dessa ausência de credenciais, parece agora que, apesar de ter já uma massa razoável, usurada aos clubes e à televisão paga pelos portugueses, não tinha guita suficiente para comandar um potentado da comunicação social, como o que lhe foi entregue.


Os sinais de que o império abana por tudo quanto é sítio, estão à vista. Primeiro, foi o período de carência pedido à banca para o pagamento dos empréstimos. Faltou a guita.

Depois, e bem mais grave socialmente – mas apenas socialmente – foi o maior despedimento que se verificou até hoje na comunicação social!

Mas fundir o Diário de Notícias, jornal de longa e prestimosa tradição, com o Jornal de Notícias não vai ser uma medida social e até culturalmente menos gravosa!

Se a estas dificuldades se seguirem outras do género, nomeadamente na Sporttv – não esquecer que os clubes estão também em crise – então vou torcer para que, efectivamente, o homem tenha tido mais olhos que barriga!



3. Luís Sobral pretende ser a surpresa das surpresas. Não por apresentar algo de retumbante, que nem sequer pode ser esperado porque há limites para tudo.

É um patusco que julga poder estar de bem com Deus e com o diabo. É certo que ele dá uma no cravo e outra na ferradura mas, felizmente, parece que os Benfiquistas já lhe vão dando o troco que ele merece, ou seja, começam a não lhe prestar a mínima atenção e a fazer de conta que tal personagem não existe.


Ainda não há muito tempo, referia-se ao número de adeptos, reconhecendo expressamente que «o Benfica tem tantos adeptos como F. C. Porto e Sporting juntos».


Que grande novidade! … Mas, adiante! …

Justificava ele a sua dissertação assim:


« … pelo menos é o que me diz a experiência de quase nove anos à frente do Maisfutebol, acrescentada de outros indicadores … »


A experiência de Sobral – madre das cousas – foi obtida à custa do número de comentários que ele obtinha aos seus desmandos e dislates sobre o Benfica. Ele provocava os Benfiquistas para que estes respondessem, comentando. Podia depois gabar-se de que o seu pasquim era muito frequentado, até porque aos comentários dos Benfiquistas se seguiam as réplicas e contra réplicas dos portistas e dos sportinguistas.

A Luís Sobral, pouco importava que se discutisse o sexo dos anjos. Queria era audiências.


Mas, apesar da constatação, não foi para prestar qualquer reverência ao Benfica, que bem as dispensa, vindas de quem vêm. Foi para criticar os responsáveis editoriais seus colegas. E criticar, não pelas primeiras páginas que fazem, mas porque, segundo a sua sapiente experiência, eles «tendem a exagerar as qualidades do Benfica»!


No entretanto, pouco tempo depois quer dar a impressão de que se tornou simpático. Após a derrota passada frente à Académica, entrando na longa fila dos bafientos conselheiros de ocasião – para alguma coisa serviu a revelação recente da existência de um insuspeito conselheiro familiar – vem tentar também o seu impúdico aconselhamento.


v Não acha bem a demissão de Quique, nem os lenços brancos.

v No essencial «o grupo é bom e oferece garantias e diversas soluções … constitui uma base razoável»

v O treinador … «tem nível suficiente para treinar o Benfica» … que,

v « … dificilmente conseguirá melhor treinador do que este espanhol» … pelo que,

v « Porque não apoiá-lo?»

v «Rui Costa é uma solução credível e séria para o lugar que ocupa … precisa de tempo»


Claro que «Luís Filipe Vieira já fez o que tinha a fazer no Benfica».


O que me deixa verdadeiramente intrigado é o aviso que ele coloca em subtítulo, coisa rara e desacostumada! Escreve ele assim:


«Aviso aos leitores (sobretudo os benfiquistas): neste texto não se defende a demissão de Quique. Mas pode ler na mesma.»


Só me ocorre uma resposta, não ditada pela experiência de Sobral mas pela observação e pela convicção de que os Benfiquistas, finalmente, começaram a harmonizar o seu comportamento mais de acordo com os supremos interesses do Benfica.

De facto, nenhum Benfiquista que se preze deve ter a mínima tentação de colocar um comentário, por mais pequenino que seja, naquele pasquim ou noutro qualquer e, em especial, nos escritos pelintras deste patusco opinador.


E é o que me parece estar a acontecer. Os Benfiquistas estão a deixar, não propriamente de dar uma olhadela, mas de intervir!


A provocação do comentário nos jornais e TV.s on line têm apenas como objectivo aferir da audiência de que gozam. Ora, os Benfiquistas devem estar a demonstrar a Luís Sobral e ao seu pasquim on line que os seus reles comentários anti Benfica começam a ter, da parte deles, o destino que merecem, isto é, o desprezo da sarjeta para onde agora parecem estar a lançá-los.


Esperemos que façam o mesmo a todos os outros pasquins dominados pelos anti Benfica!


E se tinta, tempo, saber e Benfiquismo forem precisos para combater os inimigos do Benfica lhes bastam os seus meios de comunicação, Jornal “O Benfica” “Benfica TV” e, em especial, a Gloriosa Blogosfera.