terça-feira, junho 23

NOTAS SOLTAS

A minha escolha

Creio chegado o momento de expressar a minha opinião sobre o meu candidato à presidência do Benfica.
Eu escolho Luís Filipe Vieira. Escolho Luís Filipe Vieira como sempre escolhi e sempre escolheria agora, fosse qual fosse o cenário de candidatos concorrentes.
Escolho Luís Filipe Vieira pela obra que ele fez no Benfica, durante os últimos 8 anos. Pela obra de salvação, recuperação e relançamento do Benfica, reerguendo-o de uma letargia agonizante. Pela obra de recuperação da credibilidade, do relançamento e da confiança. Pela obra que se materializou na construção do novo Estádio, do Centro de Estágio, na criação do Grupo Benfica, da Fundação Benfica.
Luís Filipe Vieira tornou a marca Benfica na marca desportiva mais apetecida e apetecível de Portugal e numa das marcas de excelência do país.
Escolho Luís Filipe Vieira porque, na actual conjuntura económica e social Benfiquista, é nele que mais confio para ser o Presidente do Benfica, para gerir os seus destinos, para defender intransigentemente, sem tréguas, tergiversações, ou hesitações, os seus superiores interesses.

Luís Filipe Vieira cometeu erros, reconheço-o. Cometeu erros como qualquer mortal que trabalhe e decida. Quem disser que nunca cometeu erros na vida, que nunca se enganou, ou mente, ou nunca trabalhou e decidiu.
Luís Filipe Vieira cometeu erros porque trabalhou e decidiu em prol do Benfica.

Todavia, escolho Luís Filipe Vieira porque, no balanço final que faço da sua intervenção, o saldo é-lhe altamente positivo. O seu “activo” supera claramente o seu “passivo”.
Luís Filipe Vieira transmite-me a tranquilidade e a fé no cada vez maior engrandecimento do Benfica.

A antecipação do acto eleitoral

Desde há alguns meses a esta parte, as eleições no Benfica começaram a agitar o país e a família Benfiquista. Cedo de mais, apareceram declarações de candidatura e de movimentos promocionais de candidatura. A agitação própria do acto eleitoral que se avizinhava manifestou-se com desusada efervescência, teve eco promocional variado na comunicação social, cada qual posicionando-se de acordo com as suas apetências. A marca Benfica é altamente apetencial e muitos, diversos e diversificados actores foram-se posicionando na tentativa de conseguir negócios.
O ruído era já muito intenso e só tendia a aumentar, com os naturais e consequentes prejuízos para as pretensões desportivas do Benfica, a todos os níveis e, em especial, ao nível do seu futebol profissional, a “alma mater” da sua existência.
O acto de antecipar a data das eleições pareceu-me, em consequência, necessário, oportuno e legítimo, totalmente democrático porque respeitando na íntegra os estatutos.

A Marca Benfica e a sua apetência negocial

Não me impressiona minimamente a azáfama, a disputa, quase posso dizer a “guerra” que se trava para conseguir negócios com o Benfica. É perfeitamente natural dada a grandiosidade do Benfica e o quanto são apetecíveis os negócios que o têm como suporte publicitário, os quais provocam retornos altamente lucrativos.
Tal facto, ao invés, deixa-me imensamente orgulhoso pois consubstancia a mais pura demonstração da enorme, da imensa e inigualável grandeza do Sport Lisboa e Benfica. Além disso, quanto maior for a disputa, maior a procura, o que só valoriza a Marca Benfica e pode proporcionar os melhores negócios.
O que verdadeiramente me importa é que quem estiver a dirigir os destinos do Benfica saiba defender intransigentemente na negociação os superiores interesses do clube, que saiba gerir e servir o clube como missão e não servir-se dele em circunstância alguma.

Os candidatos e os “movimentos”

Com o devido respeito, parece-me que o candidato Bruno Carvalho não reune os requisitos mínimos de competência para se lhe poder confiar a enorme e pesada missão de gerir e servir a contento os interesses do Benfica. Assumo também desconfianças na genuinidade da sua participação.
Bruno Carvalho várias vezes assumiu como exemplo inspirador da sua actuação um mau, um péssimo exemplo de ética desportiva, enaltecendo esse triste exemplo e diminuindo consequentemente o Benfica.
Bruno Carvalho também enalteceu o papel de um parceiro do Benfica que, num momento de extrema fragilidade deste, se apresentou. Todavia, foi por isso mesmo, pela descrita fragilidade negocial do Benfica que o parceiro enaltecido pôde usufruir de enormes, muito desproporcionadas e injustas vantagens do negócio que conseguiu, o qual se aproxima muito, se é que não está incluído nele, do negócio usurário.
Porém, o mais grave neste caso nem foi o enaltecimento em si, foi a sua conclusão de que este negócio, actualmente muito ruinoso para o Benfica, era justo e equitativo. Acresce que o candidato mistificou valores irreais do negócio – direitos televisivos – inflacionando-os para parecerem beneficiar o Benfica e, assim, tentando retirar a este um dos seus principais e reais argumentos reivindicativos de uma mais justa e equitativa redistribuição dos benefícios daí advindos.

Depois de se ter manifestado contra a providência cautelar, demarcando-se dela e de novo exigindo a manutenção da antecipação das eleições, Bruno Carvalho vem agora fazer reivindicações espúrias. Não tenho neste momento uma visão dos estatutos, do seu conteúdo, da sua razão histórica e do seu espírito, pelo que não posso dar uma opinião jurídica válida sobre a tentativa de “golpe de estado eleitoral”.
No entanto, alegar o disposto no artigo 22º dos estatutos é fácil, muito fácil. Conseguir ver reunida a verificação da matéria factual para integrar a previsão aí contemplada é que é mais difícil, muito mais difícil. E conseguir provar essa matéria factual, então é como revolver a montanha dos Alpes ou, se preferirem, como fazer entrar um camelo pelo buraco de uma agulha.
Manuel Vilarinho muito dificilmente atenderá a impugnação da candidatura de Luís Filipe Vieira, face a esta solicitação de Bruno Carvalho. Se este quiser ser coerente, terá, então, de recorrer da decisão de Vilarinho para os tribunais. Que efeitos (suspensivos ou meramente devolutivos?) terá esse hipotético cenário? Em que se distinguirá da providência cautelar contra a qual se insurgiu?
Além disso, a jogada palaciana dá a nítida sensação de que se trata de um “venire contra factum próprio”, isto é, de uma inequívoca situação de “abuso do direito”.
Com efeito, o candidato Bruno Carvalho fartou-se de pedir a antecipação das eleições. Salvo melhor e porque não tenho presentes os estatutos, elas só poderiam ser antecipadas, ou alterando aqueles, ou demitindo-se todos os órgãos sociais, como aconteceu. Ora, como não havia tempo para promover todos os requisitos que levassem à alteração dos estatutos, nem tal situação poderia ser minimamente um dado adquirido porque dependente da maioria qualificada da vontade dos sócios, só restava a última alternativa.
Devemos então concluir que Bruno Carvalho pediu a antecipação das eleições para, uma vez conseguido o objectivo, tentar juridicamente impedir de participar num acto eleitoral quem, para que aquele objectivo fosse satisfeito, se teve de demitir?!
Bruno Carvalho tenta apenas ganhar alguma notoriedade, tornar-se conhecido e capitalizar os “órfãos” do movimento “Benfica vencer, vencer”. Está nessa linha a sua declaração de, hipoteticamente eleito, convocar novas eleições daqui a seis meses. Restaria saber se, seguindo a sua lógica, depois não teria de ficar impedido, durante seis anos, de concorrer aos corpos sociais do Benfica.
Melhor seria se Bruno Carvalho, que pretende constituir-se como alternativa, se limitasse a apresentar ideias e projectos ou a manter alguma coerência naquilo que afirma. De facto, o candidato não sabe bem o que pretende para o futebol profissional que é o principal e mais delicado dossier de um Presidente e para o qual este não pode manifestar quaisquer dúvidas.
Afinal, “o seu treinador” agora já é e Bruno Carvalho até está disposto a aceitar Jesus. E Jesus aceitá-lo-ia, na hipótese meramente académica de ele ser eleito?

O movimento “Benfica vencer, vencer” revelou-se uma desilusão. Sem rosto ou com rosto emprestado durante tanto tempo, não conseguiu encontrar rosto para concorrer. Quando, à última hora, procurou esse rosto, ele não aceitou.
Este movimento transmitiu sempre a sua efectiva realidade material: uma mescla heterogénea de personalidades sem qualquer ligação ideológica.
Compreende-se. Este movimento nasceu porque Luís Filipe Vieira criou muitas inimizades, porque recusou lugares, e criou críticos porque não ganhou desportivamente os títulos que a grandeza do Benfica exige e merece. Muitos destes críticos nem se deram conta do quanto barafustaram quando Luís Filipe Vieira convidou a figura à volta do qual se reuniam, por ela ser um “dragão de ouro”. Ou então, tal facto já não lhes causa engulhos.
A credibilidade que concedi a este movimento reflectiu-se na hora da debandada. Para anunciar o convite ao rosto convidado, eram cerca de duas centenas os figurantes. Para anunciar a desistência apenas restou uma dezena.

O candidato Carlos Quaresma é apenas conhecido por ser emigrante na Suécia e por se ter candidatado, sem sucesso, há três anos, uma vez que a sua lista continha irregularidades.

A minha repulsa

A essência do Benfica foi sempre a democracia, desde a sua génese. Isto postula a liberdade de opinião e a crítica responsável. Democracia é tolerância, responsabilidade e respeito.
Só concebo a crítica e a livre expressão que critica actos e comportamentos, não a que ofende, enxovalha, achincalha e faz julgamentos sumários da pessoa. Ninguém é dono da verdade.
Em especial, tratando-se de Benfiquistas, é revoltante a maledicência, a difamação e a injúria que atingem outros Benfiquistas só porque eles não estão “alinhados” com as nossas ideias. Quem tem necessidade deste tipo de crítica, que não é crítica mas mera maledicência, é porque não está seguro da sua razão.
Quem recorre a este tipo de comportamento descredibiliza-se completamente. Se o faz num blogue em que outros também se movimentam, está a descredibilizar também esse blogue, com esse descrédito arrastando os restantes intervenientes.
Repudio completamente este tipo de comportamento. Não reivindico nenhum tipo de superioridade, nem racional nem moral. Defendo intransigentemente a força da razão em detrimento da razão da força, seja esta exercida em agressões físicas ou em agressões morais.