quinta-feira, setembro 24

O SARAU DE GIORGIO

Os “organizadores” de eventos corruptos não perderam tempo.
Depois da corja de “Palermo” ter sido literalmente enxotada do edifício camarário por um autarca que “os tem no sítio” e não confunde os seus cidadãos com aquele bando de mafiosos, e estes terem dispensado um casino que foi um antro de perdição e no qual alguns deles esbanjaram fortunas de droga, putas e futebol, escolheram o Caixote da Fruta em “Palermo”, para a sua farsa anual, um sarau evocativo da triste figura do seu fedorento mentor.
Cegos como sempre, parecendo vagabundos à toa pelas vielas de “Palermo”, conferiram ao dito Caixote uma dúbia luminescência azul corrupta. Um lusco-fusco azulado perfeitamente adequado às suas subterrâneas actividades, fazendo lembrar o “calor de muitas noites”. Assim, Giorgio estaria como peixe na água.
Mas nem assim se safam.

O lema foi – “primeiro Giorgio, depois o grémio, nada de democracia, tudo pela sucessão”.
É assim, o grémio da Fruta Corrupção & Putêdo.

A atitude pacóvia de tentar regenerar uma imagem degradada, decrépita, quase pôdre, do mentor da corja corrupta, atingiu o cúmulo, ao colocarem-no várias vezes em palco a “declamar” poesia pseudotranscendental. Nem sei como é que ele se conteve ou, inadvertidamente, se calhar, até largou alguma “farpa”, mas ao pigarrear todos aqueles versículos lá conseguiu dissimular as “descargas”. Nada como uma oportuna pigarreira como alternativa às saudosas cigarradas fumarentas da Creolina. Sim, porque está comprovado que pigarrear é uma arma eficaz de disfarce para estes cagões que se largam por dá cá aquela palha – o problema é o cheiro…
“Não sei para onde vou…” – balbuciava ele, com certeza a pensar no percurso tortuoso que tem trilhado, repleto de corrupção, escandaleiras e bufas pestilentas, iniciado numa secretária tenrinha, passando por um espalhanço total com uma alternadeira de luxo e findando, por conveniência, numa balconista espertalhaça, recauchutada, em tempos postergada para a pior sarjeta de “Palermo”, mas que não teve pejo ao “ressuscitar” e enquanto ele se encostava novamente às suas pernocas, de, em mensagem de telemóvel o apelidar de cabrão.
À moda de “Palermo” e resumido numa frase:
- Porca miseria!

Se João Villaret fosse vivo, teria morrido de vergonha perante tão patético, bacoco e deprimente espectáculo.

A festança de exaltação à sua pessoa, com esta serôdia operação de cosmética, já não colhe. São técnicas mais que estafadas, totalmente gastas e a destempo. Por mais que se esforcem nunca conseguirão apagar a batota e a corrupção, pois todo o Mundo já sabe quem é Giorgio e onde fica a cidade clone de Palermo.
Muitos dos seus adeptos já sentem vergonha de um traste descarado, sem decoro, que cada vez mais afunda o seu grémio na lama da hipocrisia, da corrupção e do descrédito.
Essas imagens que passaram nas TV’s e que mostram esse obsessivo e obsceno “culto da personalidade”, alimentado por uma cambada de ceguetas, estimulados por agitadores profissionais e pagos, são evidentes resquícios de tempos ditatoriais. Mas paradoxalmente é esse culto que continua a permitir que nos locais ainda livres da área metropolitana onde Palermo” se insere, grasse o mêdo, a coacção e a mordaça.

Os tentáculos estão bem vivos e continuam a mexer-se.
É só vermos quem ladeou Giorgio di Bufa.
Habitualmente, a garrafa de Johnnie Walker fica na mesa, em frente de apreciadores. Esta não. Embrulhada em moliço contrafeito, de qualidade rasca e rebaptizada de Berto Mandril, tratou-se bem, e não perdeu a oportunidade, para a seu lado, genuflectir perante o ditador corrupto e mafioso. Nada como ter este bêbado na mesa, apaparicando-o, para valorizar activos duvidosos.

A entrega do “pidá d’ouro” estava reservada para o “Tigre da Malásia”. Foi o momento da noite. A entrega do troféu ao eleito para melhor executante de “kung fu”. A modalidade é hoje uma das mais concorridas e praticadas no grémio corrupto. Desde as coças em jornalistas e amásias, passando pelos treinos bexigosos e acabando nas esperas à saída das discotecas tudo tem valido para promover a modalidade junto dos adeptos do dito grémio.
Não é de admirar que o “Tigre da Malásia” tenha sido o eleito.

Por último, uma referência ao canto coral.
Quando vi aquelas criancinhas a cantar, todas alinhadinhas, todas vestidinhas de azulinho corrupto, mas todos desafinadinhos, tolerei a provinciana e arcaica ideia. Só que a terminar a actuação, quando levantaram o braço direito, de punho cerrado, em atitude de pura “révanche”, gritando pelo nome do grémio, borraram completamente a pintura.
São os ensinamentos de antanho, que a corja de andrades tanto critica. Mas são eles os continuadores sinistros da ditadura de que tanto têm falado. Não têm emenda.
Aquele canto coral final, fez-me lembrar os tempos do antigo regime e da mocidade portuguesa, onde em e com cânticos e palavras de ordem se exaltava Salazar e a sua política. Já para não imaginar aqueles inocentes vestidos de farda azul corrupto, com uma fita da mesma côr na cabeça e de “arma” na mão, como vejo nos grupos militares e paramilitares do próximo e médio Oriente em gritaria louca, “olimpicamente”, sim, “olimpicamente” a apelar à “Jihad” contra o Glorioso.

Mais uma vez,
- Porca miseria!

GRÃO VASCO


Post Scriptum – Que prazer me dá, olhar para a Catedral da Luz e ver dezenas, centenas de miúdos, naturalmente, a erguer os braços ao céu e com as suas mãos bem abertas, caracterizados cada um à sua maneira, sorrindo e exultando junto dos seus pais, com os golos do Glorioso! Que diferença!
É a paixão, nunca a obrigação!