quarta-feira, outubro 7

GIORGIO "TÁ" D'ESGUICHO

AVISO:
Esta prosa tem um conteúdo latrinário.
Assim as máscaras que todos adquirimos para nos protegermos do vírus da gripe suína, vulgo vírus da gripe A, deverão ser colocadas imediatamente.
Eu já coloquei a minha!

“Giorgio” tem estado doente. Na gíria popular latrinária, tem estado de “esguicho”.
Estes seus distúrbios têm provindo de visões cada vez mais assustadoras de fantasmas vermelhos e de seres bigodaços e orelhudos. Com a agravante do desenvolvimento progressivo de um “by pass” natural no seu organismo, ao longo de uma trintena de anos, em que a sua tripa cagadeira se ligou à sua segunda cloaca – o seu cérebro bacoco e provinciano. Tudo isto lhe tem provocado descargas mentais repletas de um fedor insuportável e nauseabundo.
Mesmo em “Palermo” já muita gente não aguenta o cheirete.
Esta semana, a primeira “esguichadela” fez lembrar as descargas características de um caquéctico – “olheiros para cá, olheiros para lá” e lá teve que vir um maestro para pôr o “peidorrilhas” nato a “fazer” direito na sanita.
Já desidratado e confuso, balbuciou mais umas patacoadas sobre promiscuidade e… tumba!
Ficámos a saber, que na sua terra, por causa das promiscuidades, foi enviado imediatamente para um “sanitário” contíguo à câmara municipal. Nada de porcarias nos varandins do distinto casarão da avenida.
Tem sido um rio de gozo com estas estórias.
Nada que um chàzinho ou um cafèzinho com árbitros, putas importadas do país tropical, de preferência, mais os empresários dessas putas, conseguissem atenuar.
Mas não, a coisa continuava complicada e surge a cena mais caricata da semana.
No seu corrupto WC, “Giorgio”, prostrado, já agarrado à sua barriga e com “O Nojo” na outra mão, elevou-se da sanita, olhando para cima, procurando a classificação, tentando descortinar onde parava o Glorioso.
- Ora bolas. Afinal o Braguilha Salvadorenho é que é bom. Este é que é o nosso adversário! O Glorioso não, não é! – arengou ele.
Nesse preciso momento, Filó preparava-se para entrar no WC para tirar a máscara da maquilhagem. Ordenou-lhe que abrisse imediatamente a janela e ligou o exaustor.
Quando viu o “defunto” naqueles preparos, disse-lhe:
- “Giorgio”, já estás a cagar outra vez fora da sanita!
- Sim querida, desta vez é que borrei mesmo o tampo e as cuecas. Mas foi por uma boa causa – respondeu o campeão das bufas, naquele tom monocórdico e arrastado.
- Pois é “Giorgio”, mas se não andasses à procura do Glorioso, serias bem mais asseado. O Maior dá cabo de ti. E põe-te à tabela, que mais dia, menos dia, ficas a “cagar de joelhos”! – disse ela com o sorriso malhadeiro de outros tempos.
Ao jeito de uma pequena “vendetta”, fruto de histórias passadas e de pecados velhos, rematou:
- Depois de tantos que mandaste, roendo-te de inveja, não tardará muito ferrarás o “mestre”, e o Glorioso cá ficará mais uns séculos, para mal dos teus pecados.
Nesse momento “Giorgio” estremeceu.
Tinha sido a descarga final.
Inexplicàvelmente, também nesse momento caíram da prateleira do armário, embalagens de um anti-diarreico contrafeito, e “Giorgio”, apavorado, fugiu do WC com as calças na mão a lamuriar-se dos chocolatinhos que comeu ao longo dos últimos promíscuos e corruptos trinta anos da sua triste vida.
- Lôrenzo, acode-me Lôrenzo, estou a precisar de ti. Por favor, apaga-me este passado tão sujo! – suplicava ele à eminência parda do seu bexiguento regime.
Lôrenzo não apareceu. Estava ausente de Palermo. Tinha ido à capital do móvel mandar fazer uma nova cómoda de gavetas falsas para envelopes especiais, aproveitando também para comprar novos apitos.
Cuidado, Companheiros, eles já estão aí outra vez!

GRÃO VASCO